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Arquitetos: Vector Architects
- Área: 70463 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Hao Chen, Arch-Exist, Yang Zhang
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto faz parte do empreendimento Luxelakes Eco-City, localizado em Chengdu, China. Posicionado no extremo norte da Eco City, o projeto está integrado à área residencial e fica ao lado de uma península à beira do lago. A chamada "Sede Flutuante" é composta por onze edifícios de escritórios independentes que conformam três pátios.
A intenção do projeto era criar um espaço acolhedor. Todos concordamos que os momentos e eventos mais bonitos que acontecem em um bairro são quando as pessoas se encontram e se misturam em espaços públicos. Neste projeto, queríamos construir um ambiente capaz de aprimorar esse aspecto mais charmoso de uma cidade contemporânea, para projetar um local onde inquilinos e proprietários pudessem ser estimulados a experimentar novas possibilidades de estilo de vida. A abundância de paisagens naturais e espaços públicos criados dentro da Sede Flutuante oferece essa oportunidade. O conceito arquitetônico decorre da exploração de duas organizações espaciais distintas e cuidadosamente planejadas: uma é o desenho de uma série de pátios horizontais, a outra é concebida como um sistema de circulações verticais com bolsões verdes em vários níveis.
Horizontalmente, três pátios definem o caráter dos espaços delimitados pelos edifícios de escritórios. Esses três recintos são chamados de Pátio Vertical, Pátio da Árvore e Pátio da Água. Eles são posicionados em sequência e conectam o norte ao sul da trama. Cada pátio tem um padrão unificado de fachadas que define a estrutura e a aparência geral dos edifícios. Os diferentes padrões são refinados e adaptados de acordo com sua orientação e posicionamento em relação ao contexto urbano ou aos pátios.
O pátio mais ao norte, chamado “Pátio Vertical”, está posicionado próximo à cidade. Para a fachada voltada à rua foram utilizados revestimentos de alumínio e blocos de concreto, com uma paleta de materiais e texturas evocando a qualidade industrial. Uma rica combinação de sistemas de circulação vertical e jardins rebaixados é introduzida aqui, trazendo vitalidade e diversidade ao nível do solo enquanto suaviza a transição das ruas circundantes para os interiores mais privados dentro dos edifícios de escritórios. O segundo pátio, o “Pátio da Árvore”, é o maior espaço paisagístico aberto do projeto e está localizado no centro do aglomerado de edifícios. Suas fachadas são revestidas com madeira e vegetação vertical para gerar um ambiente natural.
Seguindo o declive do terreno ao sul, o “Pátio da Água” é concebido como um ambiente tranquilo e sereno. Para as fachadas escolhemos tijolos de vidro, translúcidos e sensíveis à luz, a fim de criar uma atmosfera arquitetônica calma, ecoando a transparência natural da água. Abaixo das estruturas elevadas, as generosas áreas abertas apresentam águas cristalinas. Queríamos que os edifícios flutuassem acima da água em várias alturas para que, quando uma brisa suave agitasse as ondulações nas superfícies líquidas, também ajudasse a ventilar e ajustar o microclima no interior dos edifícios.
Verticalmente, a estratégia de elevar os edifícios permite que grandes áreas abertas e jardins rebaixados sejam criados abaixo. Este gesto dá a impressão geral que os onze edifícios de escritórios estão flutuando acima do terreno. Este ato de levitação arquitetônica não apenas atenua o potencial sentimento de claustrofobia, imposto pelos volumes dos edifícios circundantes, mas principalmente suaviza a transição entre a massa dos volumes e a escala da cidade. A criação de uma série de espaços públicos sob os onze edifícios convida a cidade e seus habitantes a entrar no projeto.
Também colocamos especial atenção às áreas localizadas entre as paredes laterais dos edifícios, uma vez que geralmente são bastante discretas em seu design e aparência. Em vez de tratá-las como espaços remanescentes, as áreas ao redor das escadas de segurança contra incêndio apresentam bolsões de espaços verdes interconectados. O projeto de cada torre de escritórios individual começou com a compreensão das áreas máximas utilizáveis, uma vez que um conjunto de escadas externas contra incêndio é posicionado entre duas paredes laterais vizinhas. Isso resultou em um sistema de espaços públicos verticais compartilhados entre os edifícios.
Todos esses espaços apresentam terraços ao ar livre e jardins verticais, cumprindo os requisitos de saídas de incêndio. Parte do sistema de circulação vertical, esses aglomerados verdes interligados sobem desde os jardins e pátios subterrâneos, serpenteando ao longo das paredes laterais até o telhado de cada edifício. Com a "Sede Flutuante", queríamos criar um lugar onde as pessoas se encontrem, um lugar onde as relações entre as pessoas, a cidade e a natureza sejam celebradas, horizontal e verticalmente.